quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amaldiçoados!

Capitulo 10 – Correndo risco. 



-------------------------------------- P. Matt ------------------------------

Consegui chegar ao local facilmente sentindo o cheiro de doce e convidativo de Jhenna, mas quando cheguei não havia mais ninguém lá.
- Jhenn... – sussurrei para o nada.
Nada. Era a única coisa que repetia em minha mente... Um nada, escuro e sombrio.
Eu não fui capaz de salvar Jhenna, e sim eu senti o odor vampiresco daquele lugar, os vampiros vieram busca-lá, e eu? Não estava aqui para salva-lá... Mas algo muito forte me dizia que ela não estava morta, não... Ainda.
O rastro do cheiro de Jhenna estava quase perdido no meio do odor vampiro, segui até certo ponto onde achei mais 3 licans... Josh, Paul e Milly.
- Nós já sabemos Matt... – disse Paul.
- Já falaram com John? – perguntei.
- Claro... Ele esta vindo com uma tropa agora, estávamos esperando você... – disse Milly olhando-me com seus olhos pretos profundos.
Todos eles eram ao meu ponto de vista... Bonitos, Josh era alto, ruivo de olhos esverdeados, Paul era baixo para sua idade, forte, de cabelos pretos que caiam em leves cachos até o meio de suas costas, Milly era uma menina muito bonita para ser uma lican, assim como Jhenna... Milly era loira, seus cabelos cacheados desciam até o fim de suas costas, e seus olhos a pesar de ser pretos brilhavam perfeitamente.
Apenas concordei com a cabeça.
- Então... Partiremos quando? – perguntou Paul impaciente.
- Agora! – disse eu e Milly ao mesmo tempo.
Milly me encarava de um jeito estranho...
Então partimos, o cheiro de Jhenna estava cada vez mais fraco... Então aceleramos até um ponto onde sabíamos estar bem perto, mas não o suficiente...
Corremos como o vento até eu não sentir minhas pernas... Corremos até minha visão de longo alcance se embaçar lentamente... Corremos até minhas energias acabarem e eu cair no chão... Tudo simplesmente rodava ao meu redor... Então apaguei.

------------------------------------ P. Anthony ------------------------------------------------
- V-v-vocês vão realmente matar ela? – disse olhando para Jhenna desmaiada no ombro de um dos gêmeos.
- Cale-se. – disse Thommas, o negro careca com uma túnica.
- Vamos... Logo vai amanhecer, precisamos descansar... – disse Erilo, o ruivo.
- Mais a frente tem um esconderijo, acho que já estamos longe o bastante para os cachorros nos alcançar... – disse o homem que carregava Jhenna.
------------------------------------ P. Desconhecido ---------------------------------------------
- CORRAM! – ordenei.
“bando de licans depressivos e fracos...” – pensava.
E assim tentava colocar ordem nos 69 licans que corriam em busca de uma menina que ninguém tão pouco conhecia para proteger...

--------------------- 2 dias depois...  --------------------------

----------------- P. Jhenna ----------------------------
Acordar e saber que não estava morta era como nascer novamente e respirar o ar poluído pela primeira vez...
Olhei a minha volta e me espantei, não estava em um tipo de sela... Estava em um quarto, muito lindo por sinal, com uma janela que tinha uma vista direcionada a prédios... Eu estava em uma cidade?
Então percebi que não estava com as mesmas roupas de antes, agora estava com um vestido estilo gótico preto, como se eu fosse uma espécie de rainha da escuridão...
Era noite e por incrível que pareça não escutava som algum de carros ou de outras coisas, já que era uma cidade...
- Bom dia querida Jhenna! – disse repentinamente uma voz muito grossa e arrepiante.
Me virei instantaneamente para dar de frente com horripilantes e famintos olhos vermelhos sangue.
Eu sabia que estava correndo risco... Mas não estava preocupada em morrer ou em correr os maiores riscos possíveis, Matt iria vir a trás de mim, e se eu morresse iria vingar minha morte. 

terça-feira, 1 de junho de 2010

Amaldiçoados..

Capitulo 9 – Visita inesperada.   

Andei floresta a dentro, sem rumo e sem direção, absorvida pela escuridão que me rodeava, ali ninguém me acharia, não que eu estivesse sendo perseguida ou algo assim, apenas queria voltar a ser eu mesma, a Jhenna Sulivan sem os lobisomens e vampiros correndo atrás dela e nem a beijando.
Eu queria ser normal novamente ao menos uma vez, não ser confundida com falecidas e nem ter ataques e transformações... E era apenas nisso em que eu pensava.
Continuei andando, meus olhos ardiam e lagrimas escorriam por meu rosto...
Então parei, sentei-me em cima do tronco caído de uma arvore, e foi ali que finalmente despejei todo meu ódio e tristeza em lagrimas.
- Por que choras tanto assim minha criança?
Ouvi a voz rouca e doce de Anthony.
Levantei minha cabeça levemente secando minhas lagrimas para olhá-lo.
- Choro pelo que eu sou... Pelo que eu me tornei. – disse secamente.
- Não precisa chorar por isso... – disse ele erguendo sua mão para mim e puxando-me para que eu ficasse de pé junto a ele.
- Eu já tentei... Mas tudo é em vão! – disse revoltada.
Ele acariciou meu rosto com um sorriso doce em seus lábios vermelhos.
Desviei meu rosto.
- Olha Anthony, não precisa nem eu falar, você já deve saber... Eu. Não. Sou. A. Elizabeth! – disse com ódio.
- Mesmo assim Jhenna Sulivan... Meu amor por você é inevitável... – disse ele inclinando-se para mais um beijo.
Mas repentinamente ele parou, como se alguém em algum lugar tivesse apertado pause em seu corpo. Ele se colocou a minha frente como se tivesse de algum modo me protegendo.
- O-o-o que ta acontecendo Anth... – e antes mesmo que terminasse de dizer eu vi.
Cinco homens com mantos pretos enormes avançavam lentamente em nossa direção. Então eu sabia, eram eles os vampiros...
- Vamos Anthony, ainda temos  tempo de fugir... – disse em pânico.
- Não, é tarde de mais... – disse ele.
E ficamos ali aguardando os cinco homens chegarem...
Era como esperar a morte, você nunca saberia se estaria pronto o bastante se ela batesse a sua porta.
O primeiro homem era um ruivo de cabelos longos que brilhavam a luz da lua. O segundo era visivelmente forte, de ombros largos e altos. Era careca negro e seu manto esvoaçava livremente. O terceiro era moreno, ele me lembrava Matt de longe, o que fez meu coração doer brevemente.
“O que aconteceria a Matt se eu morresse e sua missão de me proteger fosse por água a baixo?” – pensei.
Os outros dois eram possivelmente gêmeos, dois caras de uma cor amarelada e meio velha, os dois tinham a face cheia e ombros largos.
Então, finalmente eles chegaram e pararam poucos metros de distancia de nos.

- Então... Há sua hora chegou senhorita Jhenna Sulivan! – disse o vampiro moreno e forte.
Arregalei meus olhos e por instinto sai correndo, mas minha tentativa fora em vão, um dos vampiros que eu pensava serem gêmeos fechou minha passagem chegando com uma rapidez inimaginável, e alguém me segurou por trás. Senti uma batida muito forte em minha cabeça e com um grito de socorro e agonia cortando meus próprios ouvidos e coando a noite escura e sombria  tudo ficou escuro. 
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P. MATT
Algo de errado estava acontecendo... Quando abri a porta Jhenna não estava lá, foi então que ouvi aquele grito, um grito agonizante de socorro que apesar de estar longe chegou a meus ouvidos com uma grande intensidade.
- JHENNA! – gritei em desespero começando a me tremer...
Comecei a correr o máximo que podia, minhas forças estavam esgotadas e eu não podia me transformar, não agora.
Mas eu tinha que salvar minha amada... 

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Amaldiçoados '-'

Capitulo 8 – Sentimentos... 

- D-d-desculpe... – disse ele afastando-me.
- Você... Você me chamou de Elizabeth! – disse recuperando os sentidos.
- Sim... Eu não sei porque, mas é como se você fosse ela... – disse ele vagamente.
Silencio.
- Quem era ela? – perguntei finalmente.
- O amor da minha vida... – disse ele.
- Onde ela está?
- Provavelmente no céu... Se houver um... Ela era humana, e não tive coragem de transformá-la nesse ser horrendo que sou... Então aos 29 anos ela faleceu... – disse ele de olhos fechados.
- Sinto muito... – disse de todo meu coração.
- Não sinta, apenas por esse momento... Porque se você quer saber quando olho para você vejo ela... É como se você realmente fosse ela, em carne e osso, mas não em mente... – disse ele tocando levemente meu rosto com suas mãos frias que me fizeram estremecer.
Percebendo que estremeci com seu toque imediatamente ele recolheu sua mão.
- Desculpe... Não pude impedir... – disse.
- Não... Não se desculpe, eu sei o que você sente tudo é como se eu também te conhecesse... Algo como se fosse de uma vida passada...  – disse tocando seus lábios.
Eu o amava? Não, eu não o amava, Elizabeth o amava... E quem era essa tal de Elizabeth? Uma coisa eu sabia, eu não era ela.
- Estou interrompendo alguma coisa? – disse Matt ao pé da porta.
Senti minhas bochechas queimarem.
- Não! – disse Anthony afastando-se de mim. – Vou embora antes que o sol nasça... Até mais Jhenna Sulivan... – disse saindo porta a fora.
- Vejo que vocês estão se dando muito bem... – disse Matt rodeando-me como se eu fosse sua presa e farejando-me como se ele fosse um cachorro. – O cheiro dele esta por seu corpo todo... Argh, isso fede! – disse ele.
Levantei uma sobrancelha...
- Não sinto cheiro algum... – disse cheirando meu ombro.
Ele sorriu sinicamente.
- Isso porque você é parte do cheiro! – disse.
- E você? – disse fungando o ar e depois o rodeando e cheirando-o.
- Eu?? – disse ele visivelmente confuso.
- Rrrg, você fede! – disse tapando o nariz.
Então em um movimento tão rápido que mal pude ver ele me jogou no chão e sentou em cima de mim prendendo meus braços segurando em meus punhos.
- Talvez você não queira mexer com um lobisomem... – disse ele sorrindo.
- Talvez eu queira. – disse desafiando-o.
- Depois do meu banho talvez, caramba, to fedendo mesmo... Ergh! – disse ele saindo de cima de mim.
Eu gargalhei pela primeira vez em dias...
Então... Matt me deu um abraço apertado e caloroso.
Ele olhou para mim... Seus olhos azuis brilhavam... E simplesmente pegou suas roupas e saiu.
Ali estava eu, sozinha mais uma vez... Confusa... Eram possivelmente sentimentos que estavam se misturando dentro de mim...
Balancei minha cabeça confusa e sai porta a fora pela madrugada. 

domingo, 30 de maio de 2010

Amaldiçoados.

Capitulo 7 – Beijo do Vampiro 

Meu corpo continuava a tremer, eu estava de repente tão nervosa que pensava em atacar Anthony, que estava rosnando cada vez mais alto e se afastando com passos mais largos.
Eu era uma aberração tão horrenda que a própria aberração tinha medo de mim...
Então desabei no chão tentando controlar meus extintos e a dor que sentia, meus ouvidos começaram a captar qualquer som, podia ouvir os filhotes de pardal em seu ninho em cima de uma arvore não muito distante dali, e então uma espécie de pontada muito dolorosa atingiu minha mente.
Revirei meus olhos em reação a dor, e repentinamente uma espécie de lobo com uma intrigante mistura com homem com pelos pretos, dentes enormes e pontiagudos, entrou na minha frente rugindo e uivando ao mesmo tempo para Anthony que ao ver aquele ser caiu de joelhos no chão.
- P-p-p-perdãoo, só estava cumprindo meu trabalho, que era matar a meia lican! – disse Anthony com medo.  
Então percebi apesar de minha visão avermelhada e embaçada que suas presas tinham voltado ao normal.
Eu olhava sem parar para o bicho enorme e preto.
“Seria aquilo um lican?” – pensava.
De repente o corpo do meio-lobo-homem começou a se retorcer, seu focinho diminuiu, sua pelugem diminuiu, suas orelhas diminuíram, igualmente a seu corpo até ali aparecer um Matthew com sua calça rasgada, uma perna rasgada até seu joelho, e a outra acima de sua coxa, sem camisa e todo sujo de barro, mostrando músculos definidos de mais para um garoto de 17 anos. Ele respirava ofegante, parecia que a qualquer momento iria cair no chão tendo uma espécie de ataque.
- M-M-Matt. – gaguejei.
Seu corpo estremeceu, e em seguida ele caminhou com passos largos e visivelmente furiosos até Anthony.
- QUEM TE MANDOU AQUI? Sanguessuga imprestável!! – berrou Matt segurando com força a cabeça de Anthony.
- Você sabe quem me mandou aqui, não tenho nada com essa historia, apenas fui mandado para matar ela! – disse ele apontando para mim. – Mas vejo que os licans continuam protegendo-a...
Então mais uma pontada em minha cabeça me atingiu e tudo ficou preto.
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- Ela está acordando... – ouvi uma voz distante...
Abri meus olhos sendo ofuscada por uma luz que logo vi que era de uma lanterna.
Vendo com dificuldade consegui reconhecer a forma de dois garotos, Anthony e Matt.
A camisa branca de Anthony estava jogada no chão, e Matt continuava sem camisa.
“Ainda é noite...” – pensei.
- O-o que aconteceu? – perguntei confusa.
- Seu corpo sobrecarregou com seus poderes senhorita Sulivan. – disse Anthony.
- CARA, DA PRA PARAR DE FALAR ASSIM?! – surtou Matt.
- Desculpe.
Eu olhava para os dois... Ali estava um lobisomem e um vampiro, eu realmente deveria acreditar no que via?
- Vocês dois, PAREM! Se eu consigo aguentar dois seres diferentes dentro de mim vocês conseguem aguentar um ao outro! – disse lamentando.
- Tenho que voltar a fazer minha ronda... – disse Matt.
Então puxando Anthony de canto disse:
- Lembre do nosso combinado sanguessuga, você a partir de agora é nosso aliado.
Anthony balançou a cabeça afirmando.
- Cuide bem dela, vou você morre! – disse Matt saindo porta a fora.
Então lá estava eu sozinha com um vampiro que tentou me matar...
Olhei para ele desconfiada.
- Err... Você pode me desculpar? – disse ele gentilmente.
- Por enquanto... Não... – respondi secamente.
- Por favor Jhenna! – disse ele.
- Tudo bem, eu te desculpo.
Não sei como fui capaz de perdoar um ser tão horroroso e repugnante, mas simplesmente perdoei.
Andei lentamente até ele e selei o pedido de desculpas com um abraço apertado.
Então como se nós dois fossemos ligados um ao outro pelo passado eu sabia, de alguma forma eu e Anthony éramos amantes...
- Anth... – sussurrei em transe.
- Elizabeth! – disse ele me puxando para junto de ti. – Eu esperei tanto tempo por isso Elizabeth... Minha Elizabeth...
Suas palavras eram tão doces e por incrível que pareça faziam completo sentido para mim...
Ele envolveu meu rosto com suas mãos frias e macias e me beijou, seu beijo tinha um gosto doce, convidativo, e surpreendentemente conhecido... E de repente eu o conhecia por inteiro, ele era Anthony, o meu Anthony. E sim, fui dominada pelo beijo do vampiro. 

sábado, 29 de maio de 2010

Amaldiçoados '-'

Capitulo 6 –  Despertando...  

O sol já ia se pondo quando mamãe fora embora, ela havia me contado sobre minha avó que era uma lican (lobisomem), havia me contado sobre os vampiros e sua guerra contra os lobisomens, que eram seus inimigos naturais.
Fiquei pensando em como eu poderia ter de alguma forma dentro de mim dois seres totalmente diferentes e ainda por cima inimigos? Eu seria uma prova viva de que lobisomens e vampiros poderiam viver em paz futuramente?
------------------------------------- Noite ------------------------------------------------------
- Bem, está na hora de eu ir trabalhar... – disse Matt de repente.
Levantei-me do sofá para olhá-lo.
- Trabalhar? – disse confusa.
- Relaxa baby, você ficara melhor sem mim por perto... – disse ele saindo porta a fora.
Então lá estava eu, novamente sozinha...
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O tempo passou enquanto eu assistia TV, mas mesmo gostando do programa que passava não conseguia parar de pensar em Matt.
Então repentinamente comecei a sentir um cheiro estranho, era um cheiro convidativo, parecia com o cheiro leve e doce de rosas...
Atraída pelo incrível cheiro abri a porta e sai... A noite era tão bela, o céu ali era tão estrelado, uma brisa leve batia sobre minha leve arrepiando-me de leve.
Então pude ouvir o som de algo se mexer...
- Quem está ai? – gritei para as arvores e arbustos a minha volta.
Outro ruído.
- Matt? É você? Se for saiba que eu não gosto de brincadeiras!
- VAMOS MATT, APAREÇA!! – surtei.
- Desculpe-me bela senhorita, mas não sou este a quem chamas de Matt. – uma voz rouca e ao mesmo tempo doce e profunda invadiu minha mente.
Então com outro breve ruído um garoto alto de cabelos de um castanho tão claro que a principio pensava ser louro, ele tinha uma cor incomum, era como se fosse um branco e ao mesmo tempo preto sem sequer misturar as cores... Seus olhos eram tão pretos que mesmo a certa distancia percebia-se a profundidade de seu olhar.
- Prazer meu nome é Anthony Argel, ao seu dispor bela donzela! – disse ele com uma breve reverencia.
“Sua linguagem... É tão antiga...” – pensava.
-Eu não conseguia falar nada, nenhuma palavra que formava em minha mente saia em minha boca.
Ele caminhou lentamente como um príncipe na minha direção, parando a centímetros de mim.
- E qual seu nome donzela? – disse ele acariciando meu rosto gentilmente.
Sua pele era muito fria, mais fria até que a de Matt, a pele de Anthony era tão fria que me causava dor.
Eu estremeci de leve.
- J-J-Jhenna Sulivan... – gaguejei corando levemente.
- Muito prazer senhorita Sulivan! – disse ele pegando minha mãe e beijando-a levemente.
Seus lábios ao contrario de sua mão era quente, muito quente.
Eu estava paralisada, sua linguagem... Suas mãos frias, seus olhos sombrios... Sua pele... Seria ele um...
- O que o trouxe aqui? – perguntei.
- Você. Vim lhe proteger... – disse ele vagamente.
- V-v-v-você é um lican? – gaguejei perplexa.
- Não. – ele deu um sorrisinho torto. – Sou um andarilho da noite... Ou como vocês preferem dizer, vampiro. Talvez isso possa clarear um pouco sua mente...
Então como se ele pudesse se mover com a velocidade do som abriu sua boca mostrando dentes caninos no mínimo duas vezes maior que os caninos normais de alguém, e de repente ele rangeu... Como se fosse um cachorro rouco...
Então eu estava ali, na frente de um dos meus... Inimigos, digamos assim.
Sozinha, no meio da noite com um vampiro... De repente meus lábios começaram a latejar e meus braços a tremer, como se algo dentro de mim despertasse de um longo e profundo sono... Vi aos poucos minha visão mudar, de um colorido macabro para breves tons de vermelho.
Meus corpo todo começou a tremer. Anthony percebendo tudo deu 4 passos largos para trás.
Algo de estranho estava acontecendo com meu rosto... Peguei meu espelho no bolso da calça e vi o reflexo de um ser eu nunca tinha visto...  Seu rosto tinha espécies de pintas parecidas com sardas que deixavam sua aparência ainda mais perigosa e selvagem, seus olhos brilhavam de um modo tão sombrio e misterioso que deixei o espelho cair no chão quando percebi que aquele era o meu reflexo...
Então de repente eu sabia. Meu lado lican tinha despertado... O monstro que eu temia estava despertando aos poucos dentro de mim. 

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Amaldiçoados.

Capitulo 5 – Amaldiçoada. 

- Jhenn...  – a o som da voz de minha mãe vinha de longe.  – Acorde querida... – ouvi novamente.
Abri meus olhos lentamente como se fosse a primeira visão que eu tinha a anos, e ali estava ela, linda como sempre, com seus cabelos vermelhos cor de fogo caindo sobre meu rosto. Então ela sorriu.
- Mãe... C-como você chegou aqui? – disse saindo da cama com um salto surpreendente.
“Desde quando eu consigo fazer isso?” – pensei.
Ela me olhou assustada, depois abaixou a cabeça sombriamente.
- Vim aqui lhe contar a verdade Jhenna...
- Conte-me mãe, estou preparada! – disse sentando-me ao seu lado.
- Eu não sei como começar filha...
- Comece por onde for necessário mãe, eu acreditarei e compreenderei. – disse abraçando-a.
- Tudo começou a milhares de anos... Eu não sei bem como, mas acho que você já ouviu falar...
- Quer que eu explique a ela? Vou ser rápido e indolor! – disse Matt de repente.
- Ok. – concordou minha mãe.
- Já ouviu falar em vampiros? – começou...
Concordei com um leve balançar de cabeça.
- Pois então... Eles existem, e são muito mais ferozes e selvagens do que as lendas dizem...
Arregalei meus olhos, como aquilo poderia ser verdade? Vampiros? Eu não consegui acreditar, mas teria que acreditar...
- Prossiga... – sussurrei.
- Seu pai era um, digamos assim... “Sangue puro”, uma quase extinta linhagem de vampiros. Sangue Puro significa que eles não foram simplesmente ‘transformados’ em vampiros, e sim que eles já nasceram assim.
- Pois bem, seu pai casando-se comigo cometeu um grave erro. Afinal, eu sou uma mera mortal, uma humana... E o conselho dos vampiros souberam de você quando nasceu... Uma meia vampira com linhagem de licans, que provavelmente possa se tornar o ser mais poderoso do universo e colocar em risco a vida de todos os seres vivos... – continuou minha mãe secamente.
- Os vampiros percebendo isso ficaram com medo, e juraram perseguir e matar essa criança pela eternidade... Porque se esse ser por mais pequeno que fosse se descobrisse seus poderes seria uma enorme ameaça... Mas por sorte eles não sabiam onde essa criança estava, porque os licans sabendo dessa historia decidiram proteger esta criança com todas suas forças, então eles a acharam e a esconderam... Deram-na a uma mulher da aldeia para que assim cuida-se da criança sem a deixar saber de sua verdadeira existência. – continuou Matt.
- Mas apesar de tudo isso os vampiros acharam a criança e agora apesar dela ter crescido eles decidiram mata-lá de uma vez por todas, então os licans entraram em ação novamente... E é ai que você entra na historia... Você é a criança! – disse ela
Suas ultimas palavras perfuraram como nunca meus ouvidos e minha mente, de repente varias perguntas preencheram meu cérebro.
“Então... Eu era uma meia vampira lobisomem?” – pensava.
Senti meus olhos arderem, minha boca latejar. Então aos poucos a luz do dia foi sumindo e no seu lugar uma nuvem de trevas chegou... Minha respiração estava dificultada, e minha visão embaça e em tons claros de vermelho...
Senti meus cabelos levantarem, como se eles tivessem ganhado vida, e dançarem conforme a musica lenta e sinistra tocava.
Matt levantou assustado e se afastou lentamente.
- E-e-esse é o poder dela? – disse ele assustado.
- Não, seu poder ainda esta oculto em seu corpo, mente e alma, isso é apenas seu extinto selvagem... – disse minha mãe.
Eu não podia mais escutar nada, apenas a boca de minha mãe mexendo como se fosse uma marionete....
A verdade da vida que eu tinha vivido até agora foi se despedaçando pouco a pouco na minha frente... Como se fosse um espelho em milhões de pedaços cairão no chão.
Eu não tinha mais a quem confiar, minha mãe a qual eu tinha chamado de mamãe por seguidos 16 anos não era minha mãe. Meu pai era um ser... Uma besta em forma humana, EU era duas bestas em forma humana... E tudo em que eu acreditava estava prestes a mudar.
Admito que a esta altura eu preferia ser logo morta pelos tais vampiros... Nada mais para mim importava, eu era uma aberração que até mesmo os maiores predadores do universo temiam... Eu era algo que podia matar os seres mais poderosos que já existiam... Eu era então de repente o ser mais forte do universo. Mas porque eu? Uma menina tão comum com uma vida tão medíocre... Tão... Comum.
E de repente como se fosse mesmo o meu destino eu estava amaldiçoada, amaldiçoada eternamente... Com a maldição de ser metade de duas bestas. Mas não era só eu que estava amaldiçoada, e algo me dizia que em breve eu poderia conhecer os outros amaldiçoados.
Então apenas sentei ao lado de Matt, encostei minha cabeça em seu ombro e chorei.
A cada lagrima que descia eu sentia dor... Muita dor. 

Amaldiçoados!

Capítulo 4 – Aviso. 


O tempo passou... Passou as vezes rápido... As vezes devagar.
E eu continuava ali, presa em um lugar totalmente desconhecido.
A solidão era confortável, mas eu preferia a companhia estranha de Matt, porque por mais estranho que seja ele me fazia um bem enorme, e acho que era o motivo de eu ainda permanecer ali.
Logo escureceu e pude escutar o barulho de grilos ao redor da cabana.
Então um barulho repentino na porta me despertou de meus pensamentos vagos.
A porta abriu e deixou passagem para alguém. E logo ali estava ele, meu companheiro de casa, Matt.
Ele parecia estranho, parecia cansado, e mesmo sujo de barro e com folhas no cabelo ele era irresistivelmente lindo.
- É... Aqui esta você – disse ele sorrindo parado junto a porta.
- É. Acho que sou eu... – respondi mostrando-lhe meu primeiro sorriso.
- UAU! A senhorita histérica sorriu! – gargalhou.
- Heey, qual é? Eu sou seqüestrada e você ainda quer que eu não tenha ataques? – disse cruzando meus braços e olhando-o ameaçadoramente.
Ele apenas sorriu.
- Você não foi raptada, sua mãe sabe que você esta aqui... – disse ele vagamente.
- Hãm? Como?
- Já disse, sou seu guardião Jhenna!
- GUARDIÃO DO QUE?!? – gritei.
- Acalme-se! – disse ele começando a andar em minha direção.
Então como se toda minha raiva e confusão evaporassem da minha mente uma onda de paz e calma me invadiu.
Fechei meus olhos, e mais que imediatamente senti uma respiração perto de mim.
Abri meus olhos assustada e la estava ele, olhando-me de uma distancia tão pequena...
Então reparei que ali seus olhos não brilhavam como naquela noite... Ali eles pareciam tão normal quanto uma comum chuva de verão, apesar de serem de um azul tão vivo e hipnotizante...
- Se-seus olhos... – sussurrei.
- O que tem? – ele sorriu.
- Eles não estão brilhando! – disse desajeitada.
- Claro que não estão brilhando... – disse entre risadinhas.
- Mas... Ah, deixa... – disse olhando fundo em seus olhos.
Ele ergueu sua mão macia e gélida para tocar meu rosto. Eu estremeci.
- Você... Não gosta disso? – disse ele confuso.
- Não, não, eu gosto. Mas... Você, você é tão frio... – disse sem jeito.
Ele abaixou sua cabeça visivelmente desapontado.
- Eu sou o único assim. – disse ele secamente mais para si mesmo do que para mim.
- Desculpe, eu não entendi.
- Esqueça uma hora você saberá! – disse ele.
Ele pegou meu braço e me levou para fora, ele me arrastou até chegarmos em uma espécie de chuveiro de sitio.
- Bem, é aqui que tomamos banho... A não ser que você queira tomar banho no lago... – ele sorria maliciosamente.
- Ér, não obrigada, aqui esta bom! – sorri.
- Bem... Você não tem roupas né! Vou trazer umas mudas de roupas minhas até sua mãe lhe trazer peças limpas. – disse ele saindo.
Esperei ali observando o céu escuro e estrelado, era um lugar afastado de tudo, cercado por arvores e mais a frente um lago muito bonito onde se dava para ver tão perfeitamente o reflexo da lua que dava vontade de pular no lago para ver se a lua era real... Era um lugar de paz, e por incrível que pareça eu estava me acostumando a morar ali, ou seja lá o que eu estava fazendo ali.
Então de repente Matt estava na minha frente.
E sua voz grossa e doce invadiu novamente minha mente.
- Prepare-se psicologicamente para saber a verdade sobre sua vida amanhã... Porque daqui para frente nada mais será a maravilha de sempre, tudo vai mudar radicalmente!
Então ouve silencio.
O que ele quis dizer com “tudo vai mudar radicalmente” ? E “prepare-se psicologicamente para saber a verdade sobre sua vida...”? Ele estava louco ou era eu que estava paranóica... Ele estava brincando ou minha vida realmente iria mudar? Só sei que levei o aviso a serio e fui me preparando...