sexta-feira, 28 de maio de 2010

Amaldiçoados.

Capitulo 5 – Amaldiçoada. 

- Jhenn...  – a o som da voz de minha mãe vinha de longe.  – Acorde querida... – ouvi novamente.
Abri meus olhos lentamente como se fosse a primeira visão que eu tinha a anos, e ali estava ela, linda como sempre, com seus cabelos vermelhos cor de fogo caindo sobre meu rosto. Então ela sorriu.
- Mãe... C-como você chegou aqui? – disse saindo da cama com um salto surpreendente.
“Desde quando eu consigo fazer isso?” – pensei.
Ela me olhou assustada, depois abaixou a cabeça sombriamente.
- Vim aqui lhe contar a verdade Jhenna...
- Conte-me mãe, estou preparada! – disse sentando-me ao seu lado.
- Eu não sei como começar filha...
- Comece por onde for necessário mãe, eu acreditarei e compreenderei. – disse abraçando-a.
- Tudo começou a milhares de anos... Eu não sei bem como, mas acho que você já ouviu falar...
- Quer que eu explique a ela? Vou ser rápido e indolor! – disse Matt de repente.
- Ok. – concordou minha mãe.
- Já ouviu falar em vampiros? – começou...
Concordei com um leve balançar de cabeça.
- Pois então... Eles existem, e são muito mais ferozes e selvagens do que as lendas dizem...
Arregalei meus olhos, como aquilo poderia ser verdade? Vampiros? Eu não consegui acreditar, mas teria que acreditar...
- Prossiga... – sussurrei.
- Seu pai era um, digamos assim... “Sangue puro”, uma quase extinta linhagem de vampiros. Sangue Puro significa que eles não foram simplesmente ‘transformados’ em vampiros, e sim que eles já nasceram assim.
- Pois bem, seu pai casando-se comigo cometeu um grave erro. Afinal, eu sou uma mera mortal, uma humana... E o conselho dos vampiros souberam de você quando nasceu... Uma meia vampira com linhagem de licans, que provavelmente possa se tornar o ser mais poderoso do universo e colocar em risco a vida de todos os seres vivos... – continuou minha mãe secamente.
- Os vampiros percebendo isso ficaram com medo, e juraram perseguir e matar essa criança pela eternidade... Porque se esse ser por mais pequeno que fosse se descobrisse seus poderes seria uma enorme ameaça... Mas por sorte eles não sabiam onde essa criança estava, porque os licans sabendo dessa historia decidiram proteger esta criança com todas suas forças, então eles a acharam e a esconderam... Deram-na a uma mulher da aldeia para que assim cuida-se da criança sem a deixar saber de sua verdadeira existência. – continuou Matt.
- Mas apesar de tudo isso os vampiros acharam a criança e agora apesar dela ter crescido eles decidiram mata-lá de uma vez por todas, então os licans entraram em ação novamente... E é ai que você entra na historia... Você é a criança! – disse ela
Suas ultimas palavras perfuraram como nunca meus ouvidos e minha mente, de repente varias perguntas preencheram meu cérebro.
“Então... Eu era uma meia vampira lobisomem?” – pensava.
Senti meus olhos arderem, minha boca latejar. Então aos poucos a luz do dia foi sumindo e no seu lugar uma nuvem de trevas chegou... Minha respiração estava dificultada, e minha visão embaça e em tons claros de vermelho...
Senti meus cabelos levantarem, como se eles tivessem ganhado vida, e dançarem conforme a musica lenta e sinistra tocava.
Matt levantou assustado e se afastou lentamente.
- E-e-esse é o poder dela? – disse ele assustado.
- Não, seu poder ainda esta oculto em seu corpo, mente e alma, isso é apenas seu extinto selvagem... – disse minha mãe.
Eu não podia mais escutar nada, apenas a boca de minha mãe mexendo como se fosse uma marionete....
A verdade da vida que eu tinha vivido até agora foi se despedaçando pouco a pouco na minha frente... Como se fosse um espelho em milhões de pedaços cairão no chão.
Eu não tinha mais a quem confiar, minha mãe a qual eu tinha chamado de mamãe por seguidos 16 anos não era minha mãe. Meu pai era um ser... Uma besta em forma humana, EU era duas bestas em forma humana... E tudo em que eu acreditava estava prestes a mudar.
Admito que a esta altura eu preferia ser logo morta pelos tais vampiros... Nada mais para mim importava, eu era uma aberração que até mesmo os maiores predadores do universo temiam... Eu era algo que podia matar os seres mais poderosos que já existiam... Eu era então de repente o ser mais forte do universo. Mas porque eu? Uma menina tão comum com uma vida tão medíocre... Tão... Comum.
E de repente como se fosse mesmo o meu destino eu estava amaldiçoada, amaldiçoada eternamente... Com a maldição de ser metade de duas bestas. Mas não era só eu que estava amaldiçoada, e algo me dizia que em breve eu poderia conhecer os outros amaldiçoados.
Então apenas sentei ao lado de Matt, encostei minha cabeça em seu ombro e chorei.
A cada lagrima que descia eu sentia dor... Muita dor. 

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